Falhar: como não?

Por sermos seres que nos tornamos humanos por meio da linguagem, o equívoco faz parte de nós. Isso porque todos nós sabemos, pela própria experiência, que a linguagem é fonte de mal entendidos. Quantas vezes já não nos vimos em situações de ter que explicar melhor algo que dissemos e que foi entendido de forma totalmente diferente de nossa intenção ao falar.

Quando nascemos mergulhamos imediatamente num mundo de palavras que estranhamos durante boa parte de nossa infância. É como se fôssemos criando nosso ser a partir de um exterior e nunca tivéssemos a certeza se somos realmente o que dizem de nós.

Sendo assim, fica fácil entender o porquê que o erro é constituinte de toda a experiência humana. O mais difícil será admitirmos que a experiência da maternidade/paternidade não está livre de sofrer os descaminhos da linguagem e do erro.

A solução é admitirmos nossa condição de seres incompletos porque nunca a linguagem dará conta de expressar tudo o que intuímos ser. Quem magistralmente fala sobre isso em forma de canção é Chico Buarque que na música O que será diz: "O que não tem nome nem nunca terá".

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